segunda-feira, 16 de agosto de 2010

escaras - medicos e diretores denunciados

Médicos e diretores de Casa de Saúde em Niterói são denunciados

Publicada em 27/07/2009 às 18h18m

O Globo

RIO - Os diretores da Casa de Saúde de Niterói Arídio Sérgio Martins e Vitor Henrique D'Elia Galhardo e os médicos Jonas Wagman e Francisco Juvenal Furtado e Silva foram denunciados pelo Ministério Público por negligência e imperícia médica no tratamento que levou à morte um paciente de esquizofrenia paranóide. A denúncia foi enviada na última sexta-feira à 4ª Vara Criminal da Comarca de Niterói.

O caso ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2006. O paciente, na época com 43 anos, havia sido internado no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, também em Niterói, no dia 28 de outubro de 2006. Devido à falta de leitos, ele foi transferido no mesmo dia para a Casa de Saúde Alfredo Neves, conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

No entanto, durante os 13 dias de internação, os denunciados não ofereceram tratamento médico adequado ao doente, segundo o promotor de Justiça Cláudio Calo Sousa, titular da 4ª Promotoria de Investigação Penal da 2ª Central de Inquéritos (Niterói).

O descaso teria levado ao surgimento de escaras infectadas, com aspecto "pútrido e odor fétido". O paciente apresentou, ainda, uma infecção respiratória, que evoluiu para uma pneumonia e, consequentemente, septicemia - infecção grave causada por bactérias em uma ferida ou no tecido orgânico, levando à formação de pus ou disseminação pelo sangue. Ao fim dos 13 dias de internação, o paciente foi transferido para o Hospital Doutor Carlos Tortelly, onde faleceu por parada cardiorrespiratória.

- Na Casa de Saúde Alfredo Neves, deveriam ter adotado todas as cautelas e medidas administrativas necessárias para que no local houvesse condições normais de prestar tratamento médico e clínico, além de psiquiátrico - disse o promotor Cláudio Calo Sousa. Ainda de acordo com a denúncia, um dos denunciados chegou a admitir que a "Casa de Saúde não tem estrutura para tratamento clínico".

Ao dar entrada na Casa de Saúde, o prontuário do paciente demonstrava que ele estava sem lesões corporais, conforme levantou a investigação. Porém, o irmão do paciente garantiu que, diversas vezes durante as visitas, presenciou o interno "todo urinado, aparentando que não havia tomado banho", conforme consta na denúncia.

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