Lendo o artigo do jornalista Carlos Brickmann publicado em 12 de maio de 2010 neste elogiável e vital espaço, quero também me manifestar, já que, conforme a consagrada máxima, “quem cala consente”.
Sob o título “Eles descansam e nós pagamos”, o jornalista trouxe a baila uma conveniente ideia apresentada pelo deputado Cândido Vaccarezza, do PT paulista, líder do Governo na Câmara Federal, o chamado “recesso branco”, que seria contado a partir de 10 de junho, para possibilitar algo mais de descanso a tão dedicados trabalhadores, de forma que possam assistir à Copa tranquilamente.
Diante de tão absurda proposta - assim como de tantas outras que ocorrem ao diário no cenário político e legislativo do país - somos obrigados a nos manifestar, pois entendo que é a sociedade que permite esta constante exploração do dinheiro público, com um verdadeiro derrame em prol de uns poucos.
De praxe, tratamos as “suas excelências” como se fossem seres diferenciados dos verdadeiros cidadãos, com direitos que extrapolam os consignados aos demais trabalhadores, admitindo auxílios e verbas especiais de gabinete, cartões coorporativos, passagens aéreas gratuitas e outras tantas caras honrarias como devidas -, mas saem do bolso de quem?
Do nosso bolso!
De nosso trabalho suado, de longas jornadas, sejam elas de cunho intelectual ou braçal, tendo grande número de brasileiros que recorrer muitas vezes ao mercado informal para garantir o pão ou leite (artigo de luxo para alguns) no fim do dia e assim alimentar sua família. O dinheiro sai do bolso, não raro, daqueles autônomos que não se podem dar o direito de tirar férias por anos a fio, pois se não trabalham não recebem, sendo esta a lei para quem “se vira” sem patrão.
Será que “suas excelências” são feitas de material diferente dos demais cidadãos deste país? Claro que não, somos todos iguais perante a Constituição Brasileira. Então por que permitir-se o abuso institucionalizado? Se as maracutaias, conchavos, escândalos, denúncias de corrupção a todo momento pululam na mídia - mas logo são esquecidos - quem na verdade permite que isto ocorra no Brasil?
A resposta cai no lugar comum e a cansativa reiteração se faz necessária: o povo escolhe seus representantes. Estamos em ano de eleição; somente nós seremos os responsáveis pelos eleitos que traçarão os próximos rumos do país.
Não adianta esperar que votos “doados” por simpatia ou visando futuros privilégios (coisa que muitos também gostam) mudem os rumos de nossa grande nação. Somente a participação consciente do cidadão, analisando e escolhendo de forma responsável seus candidatos, buscando moralidade, ética e verdadeiro trabalhado (quem sabe não remunerado?) na política brasileira é que pode conduzir a situação diferente da atual.
Por estas razões não me calo.
E você?
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