Batata quente no STJ!
(31.05.10)
Chegou ao STJ o inquérito da Polícia Federal que investiga se houve tráfico de influência na milionária
compra da Gamecorp, a empresa de Fábio Luís, filho de Lula, pela Telemar (hoje Oi), em 2005.
Por que o inquérito foi para lá?
Resposta: porque ninguém na primeira instância quer ficar com a batata quente. A apuração começou em junho de 2007 no Rio de Janeiro, mas a Justiça Federal do Estado remeteu o inquérito para São Paulo, onde fica a sede da Gamecorp.
A Justiça paulista, porém, discordou da decisão e em novembro de 2008 devolveu o processo para o Rio. Em agosto do ano passado, os cariocas quiseram novamente se livrar do problema e devolveram os autos para São Paulo.
Desta vez, para acabar com a ponte aérea, a Justiça paulista enviou a investigação ao STJ, a instância responsável por resolver o conflito de competência. O caso está nas mãos do ministro Jorge Mussi.
A Gamecorp é um empreendimento brasileiro de Fábio Luís Lula da Silva, mais conhecido como Lulinha. Segundo matéria publicada na revista Veja em 2006, Lulinha teve um grande incremento patrimonial com este negócio nos primeiros anos do governo Lula. Formado em Biologia na UNIP e monitor do Parque
Zoológico de São Paulo, Fábio Luis recebia um salário de menos de 1.000 reais em 2002.
Menos de um ano após a posse de seu pai na Presidência da República, em 2003, Lulinha tornou-se sócio da então chamada G4 Empreendimentos, empresa de Campinas (SP), especializada em entretenimento e games, cujos filhos do político Jacó Bittar dela já participavam.
Em janeiro de 2005, apenas um ano depois da entrada de Lulinha como sócio da empresa - agora chamada Gamecorp - a Telemar, empresa de telefonia cujo negócio é concessão governamental, fez um aporte de 5,2 milhões de reais a título de investimento. A sociedade entre a Telemar e a Gamecorp se materializou por meio de uma operação complexa, que envolveu uma terceira empresa e uma compra de debêntures seguida de conversão quase imediata em ações.
Em junho de 2006, a Gamecorp fechou um contrato com a Rede Bandeirantes de Televisão para alugar seis horas de programação diária no Canal 21 em UHF-SP. Esse horário passou a chamar-se "PlayTV" e era preenchido com alguns programas destinados ao público "gamer" e muito videoclips.
Nesse mesmo ano a Telemar injetou outros 10 milhões de reais na Gamecorp a título de compra antecipada de comerciais de tevê. Na mesma época, a Rede Bandeirantes obteve um acréscimo de receitas oriundas de publicidade governamental, as quais dividia com a empresa do filho do presidente, referentes à frequência UHF Canal 21 em São Paulo.
A suspeita levantada pela revista Veja era que a Telemar estaria ajudando o filho do presidente na esperança de ser atendida em uma alteração na Lei Geral das Telecomunicações que permitisse sua fusão com a concorrente Brasil Telecom, o que era proibido. Em dezembro de 2008, houve edição do decreto presidencial assinado por Lula que permitiu a venda da Brasil Telecom para a Telemar/Oi.
ESTRANHAMENTE, ESSA DEMORA TODA PARA ANALISAREM UM CONFLITO DE COMPETÊNCIA QUE EM CASOS " COMUNS" SÃO RESOLVIDOS EM MENOS DE 06 MESES......
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